5 novembro 2025 - 00:40
A ONU defende os direitos humanos ou os interesses das grandes potências?

Quase oito décadas se passaram desde a fundação das Nações Unidas, uma organização nascida das ruínas da Segunda Guerra Mundial com o propósito de garantir a paz, promover os direitos humanos e impedir que a humanidade repita os horrores do passado. No entanto, a realidade contemporânea mostra uma ONU enfraquecida, silenciada pelos interesses das grandes potências e distante dos povos que clamam por justiça.

O Conselho de Segurança, que deveria ser um garantidor da paz, tornou-se um espaço onde o veto é usado como escudo para a impunidade. Ali, uma única potência pode bloquear resoluções que buscam impedir genocídios, ocupações ou guerras ilegais. Isso aconteceu repetidas vezes: enquanto um genocídio televisionado é cometido em Gaza, a ONU permanece de mãos atadas pela decisão dos Estados Unidos, protetores do regime sionista.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, outrora um símbolo de esperança, parece agora um mero documento decorativo diante dos crimes sistemáticos cometidos na Palestina, no Iémen, no Saara Ocidental e no Congo. As pessoas testemunham como os discursos sobre direitos humanos são seletivamente utilizados como ferramenta política para punir alguns e acobertar outros.

Qual é, então, o propósito da ONU se permanece em silêncio diante do sofrimento de milhões? A quem representa quando ignora as resoluções que ela própria adota? A sua estrutura, dominada pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, reflete uma ordem mundial injusta que perpetua a hegemonia de poucos e condena a maioria ao silêncio.

A União Palestina da América Latina (UPAL) reafirma que os direitos humanos não podem ser subordinados a interesses económicos, militares ou geopolíticos. É tempo de uma profunda reforma do sistema internacional, onde a voz dos povos livres tenha mais peso do que o veto dos poderosos.

A verdadeira defesa dos direitos humanos não nasce nos palácios da diplomacia, mas nas ruas, nos campos de refugiados, nas comunidades que resistem e nos povos que se recusam a ser cúmplices do silêncio.

Enquanto a ONU continuar a servir aos poderes constituídos em detrimento da humanidade, sua bandeira azul não passará de um símbolo vazio diante da injustiça.

Fonte: União Palestina da América Latina — UPAL

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